Na noite de quarta-feira (4), a polícia ferroviária de Rawalpindi, no Paquistão, prendeu Saba Boota, sua irmã Anita Boota e outros três cristãos enquanto pregavam o Evangelho. A prisão ocorreu após membros do partido islâmico Tehreek-e-Labbaik Pakistan (TLP) se oporem à mensagem do grupo.
Saba Boota, de 27 anos, e seus companheiros foram liberados sob fiança na quinta-feira. “Estou trabalhando para o Senhor e estou preparada para pagar o preço por este serviço”, afirmou Saba após a decisão judicial.
Os membros do TLP interromperam a pregação de Saba em uma estação de trem, alegando que o grupo estava proferindo blasfêmias, mesmo com a afirmação de Saba de que não havia falado contra o Islã. Ela e os demais foram detidos e interrogados pela polícia por mais de quatro horas. Segundo Saba, a polícia reconheceu que não houve desrespeito à fé islâmica, mas cedeu à pressão do TLP e registrou um caso de blasfêmia.
O grupo foi acusado com base na Seção 298 da lei de blasfêmia, por ofender sentimentos religiosos, além de infrações sob a Lei Ferroviária e o Código Penal do Paquistão. A pena pode chegar a um ano de prisão e multa.
O advogado cristão Waheed Javed destacou que a intervenção policial evitou que a situação se agravasse. Ele alertou que o grupo deve ter cautela, devido ao histórico do TLP de incitar violência contra cristãos.
Em 2023, centenas de pessoas foram presas no Paquistão sob acusações de blasfêmia, de acordo com o Centro de Justiça Social. O país é o sétimo mais perigoso para cristãos, segundo a lista da Portas Abertas de 2024.
Portas Abertas
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