Quase 200 mil cristãos se reuniram em 6 de março na aldeia de Borum, no estado de Arunachal Pradesh, na Índia, para protestar contra a lei anti-conversão. O governo estadual deve implementá-la até o fim do mês, conforme decisão do Tribunal Superior de Gauhati.
A Lei de Liberdade de Religião de Arunachal Pradesh (APFRA) foi aprovada em 1978, mas nunca entrou em vigor. Em 30 de setembro de 2024, o tribunal ordenou que o governo, liderado pelo partido Bharatiya Janata (BJP), regulamentasse a lei em seis meses. A decisão ocorreu após uma petição do ex-secretário da Sociedade de Fé e Cultura Indígena de Arunachal Pradesh, Tambo Tamin.
Desde 17 de fevereiro, cristãos realizam protestos organizados pelo Foro Cristão de Arunachal Pradesh (APCF). No dia 21, representantes pediram a revogação da lei ao ministro do Interior estadual, mas ouviram que o governo seguiria a decisão judicial.
O presidente do APCF, Tahr Miri, afirmou que a lei discrimina cristãos, que são mais de 30% da população do estado. Ele criticou a exigência de autorização para batismos, sob pena de prisão e multa para líderes religiosos. “Isso viola nossos direitos e o secularismo”, disse Miri à organização Christian Solidarity Worldwide (CSW).
Arunachal Pradesh tem grande diversidade étnica, com 26 tribos principais e centenas de subgrupos. Apesar da presença de outras religiões, cristãos afirmam que apenas sua fé enfrenta restrições. “Dizem que frequentar igrejas prejudica as tradições, mas mantemos nossos costumes, exceto os ligados ao animismo”, afirmou Miri. Ele também anunciou planos para um referendo sobre a lei.
Atualmente, onze estados indianos têm leis anti-conversão, que supostamente combatem mudanças forçadas de religião. No entanto, defensores dos direitos humanos dizem que essas leis têm definições vagas e são usadas para perseguir minorias religiosas.
Mervyn Thomas, fundador da CSW, considera essas leis inconstitucionais. “Elas ameaçam a liberdade religiosa e podem causar conflitos graves. Pedimos ao governo de Arunachal Pradesh que ouça os cristãos e não implemente essa lei”, declarou.
Redação Exibir Gospel
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