O desembargador William Douglas fez um discurso contundente no evento “Despertar Profético”, promovido pelo Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp) e pela Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), que aconteceu na capital federal. O evento teve como objetivo incentivar a participação política dos evangélicos nas próximas eleições.
Douglas abordou a questão da visibilidade das ações positivas das igrejas em contraste com a atenção midiática dada aos escândalos envolvendo pastores. “Pastores estão envolvidos em crimes sexuais. Isso é notícia. 300, 400 mil pastores servindo a comunidade e fazendo tudo que a gente sabe que as igrejas fazem, isso não é notícia. E vai ser assim até o final dos tempos, só vai piorar”, afirmou.
Ele destacou a necessidade de maior transparência e de uma comunicação mais eficaz sobre as atividades realizadas pelas igrejas. “Nós temos um problema sério porque nós temos a ordem de Jesus do que a mão direita faz a esquerda não saber. E é óbvio que essa ordem está valendo. E óbvio que a gente tem que agir assim. Mas as igrejas precisam se posicionar para a sociedade saber o que a igreja faz. A gente tem que mostrar isso”, ressaltou.
Douglas também criticou a percepção pública e a cobertura midiática dos erros cometidos por líderes religiosos, apontando que esses casos obscurecem o trabalho de muitos outros pastores que servem suas comunidades de maneira íntegra. “Não contem com a honestidade intelectual da academia nem da mídia. Então, para cada pastor que erra, e erra, e tem que ser corrigido, e tem que ser disciplinado, e não pode botar para baixo do tapete, como é muito comum ser feito, isso também é algo que precisa ser enfrentado, porque erra quantos estão aí servindo.”
O desembargador sublinhou a importância de as próprias igrejas realizarem um “relatório social” para evidenciar suas contribuições e enfrentar as críticas com base em fatos. “Para cada pastor que tem avião, quantos pastores não têm nem carro. Então, quem tem que fazer esse relatório social da igreja é a gente. É algo que a gente precisa enfrentar. A verdade nos ajuda. E eu não tô falando da verdade de Jesus, eu tô falando, ele também ajuda, mas eu tô falando da verdade sobre os fatos. A gente precisa mostrar a realidade.”
O evento em Brasília reuniu líderes religiosos e políticos, reforçando a importância da participação evangélica na esfera pública e discutindo estratégias para uma representação mais transparente e responsável das igrejas evangélicas na sociedade. Assista aqui!
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